
A Naturopatia é a arte de promover boa saúde e cuidar através de meios naturais, procurando compreender e corrigir o que funciona mal no corpo e a sua causa, tratando o paciente como um todo seguindo uma visão holística. Tratar o paciente e não a doença, usando todas as ferramentas terapêuticas, tendo por base a reeducação alimentar, acreditando na importância de uma dieta equilibrada, adaptada, cheia de nutrientes, como elemento vital para a saúde, recorrendo quando necessário à suplementação usando ervas adptogénicas, infusões, protocolos de desintoxicação, tratamentos com argila entre outros.
A epidemia do excesso de peso e obesidade parece não ter fim, os últimos dados recolhidos dão conta que no presente ano 2024, são mais de 1 bilião de obesos segundo dados da Organização Mundial de Saúde. Se compararmos estes números com dados de 2011 verificamos que eram cerca de metade, totalizavam 500 milhões que representa um aumento de 100 % em 13 anos.
Em 1980 a taxa de obesidade no mundo era de 250 milhões ou seja, nos últimos 13 anos o aumento foi superior aos 30 anos anteriores, o que nos deveria fazer pensar onde isto nos vai levar?...
O que temos feito para contrariar? Nada ou muito pouco.
As instituições públicas têm um longo caminho pela frente, ainda são muitas as escolas que permitem a venda de produtos nocivos para a saúde das nossas crianças e jovens, equipamentos de vending com péssimas opções instalados por toda a parte, inclusivamente hospitais e centros de saúde e um acompanhamento nutricional muito deficitário por parte dos médicos, seja por falta de formação ou por limitações de funcionamento de acordo com as exigências do Serviço Nacional de Saúde com referência aos centros de saúde e hospitais.
A consequência do excesso de peso já todos conhecemos, sabemos da sua relação com a diabetes, doença cardiovascular entre outros, e disso todos temos consciência, médicos, terapeutas, doentes, comunidade cientifica e de certa forma até algumas crianças, mas na prática é preciso resolver, apontar o dedo, apresentar soluções. E começar por onde?
Pela educação, não só das crianças mas dos pais, e aí começa o verdadeiro problema, para isso basta viajar pelo fantástico mundo dos supermercados, onde reinam as embalagens coloridas e brilhantes entre batatas fritas, refrigerantes, bolachas e bolinhos que vão resultar no sorriso dos mais novos e mais velhos e que serenamente fazem um convite para a doença, que poderá vir a ser fatal, mas é mais fácil fazer a vontade do que explicar e contrariar os olhares ternurentos.
E não adianta muito falar em responsabilidade, porque a primária é de quem consome e deixa consumir e depois vem a outra que tem muito peso, a de uma industria alimentar com nenhuma responsabilidade sobre o que apresenta rotulado como produto alimentar. E poderíamos começar numa extensa lista de corantes, conservantes, açúcar, intensificadores de sabor, muitos deles presentes em produtos alimentares ditos como saudáveis, mas aí surge a relevante questão, a de que existe uma enorme confusão entre o que é um produto alimentar e alimento, que são coisas bem diferentes.
Será que o ser humano ainda não percebeu que precisa de alimento? Macro e micronutrientes presentes diariamente na sua dieta?
Como levo isto para o meu dia a dia e da minha família?
Vou começar a ler rótulos? É uma boa ideia, pode ser doloroso descobrir como fui enganado toda a vida, contudo importante é ganhar consciência e ter determinação para fazer diferente.
Ou de uma forma mais simples, o que me oferece a terra? Que alimentos não são processados?
Nesse caso a viagem será outra, por entre frutas e legumes, cheiros e cores, sabores naturalmente intensos, o verdadeiro doce, o concentrado de vida com vitaminas e minerais.
Esta é a mudança necessária, voltar aos tempos em que todos levavam a fruta na sacola para o lanche, a bebida era água, o sol era a nossa companhia, a sola do sapato se gastava, e que todas as refeições implicava cozinhar, esse acto de amor, criatividade e carinho de colocar um prato colorido na mesa acompanhado da sopa que deixa saudades.
A obesidade é a consequência dos nossos hábitos, que podem e devem ser alterados para permitir um corpo saudável, actividade física, uma dieta equilibrada, mais contacto com a natureza e a natureza de cada um.
Ser mais saudável para emagrecer.
Cabe a cada um fazer as escolhas correctas, pensando no presente e no futuro, vivendo bem envelhecendo melhor o mais tarde possível.
Hélder Rocha
Naturopata
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